Diversidade é uma melodia que se toca a muitas mãos.
No início dos anos 70, o jazz se misturou a outros gêneros musicais e dessa mistura nasceu o fusion. Um de seus maiores expoentes, o grupo Weather Report reuniu ao longo de seus mais de 15 anos de atividade integrantes de várias culturas e nacionalidades e cunhou, na diversidade de seus músicos, uma sonoridade única reverenciada por muitos até hoje.
Então, pega o tom e vem com a gente porque a Bebop desta semana fala sobre a importância da diversidade como meio para gerar riqueza e pluralidade em desafios de inovação.
Improviso da semana
Por Jordania Costa, Consultora da DTG Brasil
Se tem algo que é realmente transformador, é quando uma organização se propõe a agir e não apenas a falar. Essa transformação, muitas vezes, começa quando olhamos para dentro, ao encarar os desafios e entender que o caminho para a inovação está diretamente ligado às pessoas que fazem parte da jornada. Recentemente, participei de um projeto que reforçou muito esse aprendizado.
Desenvolvemos um projeto de Estratégia e Cultura para uma organização não-governamental, focado em uma nova área: Diversidade, Equidade e Inclusão (DE&I). Embora já existissem algumas iniciativas em andamento, faltavam engajamento das pessoas e uma abordagem mais integrada, além de um entendimento claro do que precisava ser feito.
Diante desse desafio, nosso primeiro passo foi escolher as pessoas certas para conduzir o projeto. Nesse momento, não se tratava apenas de identificar disponibilidades, mas de entender quem a gente realmente precisava envolver. Escolhemos, então, pessoas da nossa equipe pertencentes a grupos sub-representados com uma visão interseccional dos seus diversos marcadores sociais.
Na hora de definir os participantes da equipe do cliente, reafirmamos que a diversidade é fonte de criatividade e inovação para o processo. Para nossa alegria, o cliente escalou uma equipe realmente diversa, que trouxe ainda mais riqueza à experiência. A partir de uma análise estruturada, o grupo traçou a visão de futuro para a área, mapeou e priorizou os grupos historicamente sub-representados que deveriam ser envolvidos nesse processo. Sob nossa facilitação, foram cocriados objetivos e métricas para fortalecer as práticas inclusivas dentro da organização.
Integrar DE&I à estratégia do negócio é um desafio para muitas empresas, que tentam avançar nesse aspecto, mas acabam presas em ciclos de perda de talentos e baixa produtividade. Fatores como a falta de informação sobre o tema, preconceitos enraizados e a falta de profissionais capacitados para liderar essas iniciativas contribuem para que muitas organizações permaneçam estagnadas. Em contrapartida, também encontramos empresas com um grau de maturidade maior em relação à DE&I, que já reconhecem a importância de vozes diversas nas decisões estratégicas.
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BORA APROFUNDAR?
• O “Perfil Social, Racial e de Gênero” é um estudo realizado pelo Instituto Ethos focado em entender como as grandes empresas brasileiras lidam com questões de diversidade. Veja aqui o relatório de 2023-2024, que mostra o perfil das 1.100 maiores empresas do Brasil e suas ações afirmativas.
BORA ESCUTAR?
• Sarah Vaughan marcou a história da música. A talentosa cantora negra norte-americana era apaixonada pela música brasileira. O álbum “I Love Brazil” (1977) traz versões em inglês para Travessia, de Milton Nascimento (que ganhou o título de Bridges), Das Rosas (Roses and Roses) de Dorival Caymmi, Se Todos Fossem Iguais a Você (Someone To Light Up My Life) de Tom e Vinícius e Preciso Aprender a Ser Só (If You Went Way) dos irmãos Marcos e Paulo Sérgio Valle. Você escuta um compilado desse álbum aqui.
• E aqui, um dos álbuns mais destacados do Weather Report – “Black Market”, que marca a entrada de Jaco Patorius no grupo.
Até a próxima!
Jodania Costa.