Como conquistar melhores resultados através da colaboração?
Dicas e insights valiosos para você e sua equipe.
Já sextaram por aí?
A edição #09 da nossa Newsletter chega dividida em 2 partes:
1 - A Thalita Barbalho se especializou em Colaboração e preparou um material especial nesta edição.
2 - #SextounaDTG: Como sempre, as dicas do nosso time sobre o que curtimos nas últimas 2 semanas :)
Ah! Nessa semana demos boas vindas a duas pessoas em nosso time: Jordania Costa e Raíssa Fontes.
Boa leitura e bom fim de semana!
A colaboração entre pessoas, áreas ou unidades deve envolver sinergia e interação direta entre as pessoas que executam determinado projeto. Se tudo o que acontece é cada um fazer sua parte até repassar ao colega a seguir na linha de produção: isso não é colaboração.
Entre os principais benefícios de uma abordagem colaborativa estão:
Promover a conexão entre as pessoas
Aumentar a capacidade de resolução de problemas complexos
Diminuir o tempo da execução das tarefas
Aumentar a capacidade criativa e a geração de alternativas
Auxiliar na tomada de decisão
Melhorar a comunicação do time e entre unidades
Estimular a inovação
Ampliar as trocas e o aprendizado
Gerar satisfação pessoal
Promover engajamento
Como efeito da colaboração é possível aumentar as vendas, reduzir os custos, ampliar a eficácia de ativos e a eficiência das operações.
Mas será que todos os projetos devem ser colaborativos?
Acredito muito que a colaboração sempre leve a melhores resultados. O problema é que, quando a gente está em um ambiente onde essa forma de trabalho não está bem-estabelecida, a tendência é encontrar uma série de barreiras à sua implementação, o que acaba trazendo prejuízos.
Outra questão que surge nos ambientes não colaborativos é que o custo de colaborar pode ser elevado e não trazer, logo na largada, os resultados esperados.
Por isso, a implementação deve ser gradativa, avaliando cada projeto pontualmente, até que eles atinjam a sonhada capacidade de auto-organização — quando as pessoas colaboram de forma fluida.
Para pensar a colaboração, precisamos levar em conta dois aspectos: custos de oportunidade e custos de colaboração.
Custo de oportunidade é a resposta à pergunta: “O que mais poderíamos fazer com o tempo, os esforços e os recursos empregados no projeto colaborativo?”
Custos de colaboração têm a ver com problemas ligados ao trabalho transfuncional e suas consequências: viajar mais, tempo gasto na discussão de objetivos e partilha de informações, esforços pra solucionar conflitos e todas as demais consequências — atrasos, estouro de orçamento e baixa qualidade.
Essa perspectiva foi apresentada pelo professor Morten T. Hansen em seu livro Colaboração.
Separei este texto em que o autor fala um pouco sobre quando a colaboração pode ser ruim paras as empresas. Morten também explica que precisamos identificar 4 tipos de barreira:
Individualismo - as pessoas não têm vontade de se aproximar das demais
Retenção da informação/conhecimento - as pessoas não estão dispostas a ajudar
Busca - as pessoas não são capazes de encontrar o que procuram
Intimidade - as pessoas não conseguem trabalhar com quem não conhecem bem
Todas as quatro precisam ser reduzidas e cada uma delas é suficiente pra impedir a colaboração. Pra evitá-las, devemos analisar aquelas que já existem em nosso contexto e, depois, descobrir a solução adequada para cada caso.
Colaboração e home office
Colaboração e autonomia são aspectos diretamente relacionados. Uma estrutura organizacional dividida em departamentos e orientada à cadeia de comando e controle implica um modelo de atuação segmentado, restritivo e, por consequência, mais competitivo. Já uma estrutura organizacional matricial, estruturada por unidades de negócio ou rede e orientada a um modelo de liderança mais horizontal, implica uma atuação mais sistêmica e, por consequência, mais cooperativa. As estruturas organizacionais cooperativas podem ser diferenciadas por:
grau de autonomia de cada colaborador;
interdependência dentro de cada time, com outros times e entre áreas;
pelos mecanismos de coordenação empregados.
Exemplo disso é a superação da lógica de microgerenciamento, ampliando a confiança na capacidade de cada membro do time em realizar suas tarefas.
Quando saímos do trabalho presencial e vamos pro home office, a autonomia ganha outra força. Pelo simples fato de os gestores estarem distantes de seus liderados, a relação de confiança precisa ser ampliada.
Em fevereiro de 2021, a Harvard Business Review apresentou uma pesquisa sobre como a confiança é um elemento central pra gestão de pessoas. Os autores destacam dois tipos de confiança que precisam ser praticados em equipes em home office:
o primeiro, chamado “confiança de competência”, trata da crença em que os membros do time vão entregar o trabalho — e com qualidade;
o segundo, denominado “confiança interpessoal”, tem relação com a inclinação em acreditar que os colegas têm boas intenções e integridade.
Além disso, os autores apresentam a necessidade de que haja sinais claros e facilmente discerníveis sobre o que cada um está fazendo (ações) e por que está fazendo (motivações). Para eles, a confiança é bidirecional e recíproca, e a pesquisa aponta que quanto mais se confia no outro e se age de acordo com essa confiança, mais provável é que se obtenha retorno a partir desse comportamento.
A confiança mútua é mais provável quando as pessoas estão atentas ao bem-estar do outro. A confiança não é gerada “de vez em quando”, como uma exceção à regra; muito pelo contrário, ela é um processo contínuo e crescente, que exige evidências claras e reforço por meio de:
incentivo para que a pessoa encontre a própria forma de fazer o que foi solicitado ou combinado;
feedbacks contínuos, seja para reconhecer o trabalho bem-feito, seja para, em conjunto, buscar melhorias;
celebração — tanto de resultados, como de aprendizados.
“Se quisermos sair da inação, precisamos reconhecer nossa interdependência, cooperar e sentir o caminho que nos leva adiante.” - Adam Kahane
Colaboração na prática
Pra colocar a colaboração em prática e ter um ambiente mais propício pra isso, é importante a gente utilizar abordagens que suportem essa mudança de chave e que deem sustentação a essa nova forma de encarar as tarefas e desafios. Nesse sentido, recorrer à Pedagogia da Cooperação pode ser muito interessante.
Por que usar a Pedagogia da Cooperação?
Amplia a visão de mundo sob uma perspectiva transdisciplinar, sistêmica, orgânica, sustentável e complexa, inspirando a construção de pontes entre todas as fronteiras do conhecimento e experiência.
Restaura a dimensão humana nas relações sociais e profissionais.
Aprofunda a compreensão sobre o conceito e dinâmica da Competição e Cooperação como processos de interação social e fenômenos culturais.
Inspira o desenvolvimento do “melhor” em cada um, ao invés do “ser melhor” que todos os outros.
Encoraja nossa atuação colaborativa no cotidiano e contribui pra geração do bem-estar comum.
A Pedagogia da Cooperação propõe um caminho a ser percorrido pelo grupo, e essa jornada é dividida em 7 passos:
Contato - promover integração, acolher as pessoas e construir um ambiente que as ajude a se sentir curiosas e gere, nelas, vontade de fazer junto, se conectar.
Contrato - colocar foco nas necessidades individuais, que serão cuidadas por todo o grupo.
Inquietações - ouvir o que o grupo pensa e sente sobre um tema específico.
Alianças e parcerias - criar um espaço pra nutrir confiança e construir laços fortes, pertencimento e união.
Soluções comuns - reunir todas as respostas trazidas por cada um e pelo grupo.
Projetos de cooperação - momento em que se reúne tudo que surgiu na prática anterior, com o intuito de transformar algumas soluções em um projeto concreto.
Celebração - é o momento de reconhecimento das aprendizagens individuais e coletivas durante o processo.
Outra abordagem que pode ser utilizada em conjunto com a Pedagogia da Cooperação é o Design Thinking, que tem como princípios a empatia, a colaboração e a experimentação. Se a Pedagogia da Cooperação é forte em ouvir os indivíduos, estabelecer relações e laços firmes e lidar com as inquietações e conflitos pessoais e coletivos, o DT apresenta ótimas ferramentas pra pensar soluções e estruturar projetos. Que par, né? Sucesso! *.*
“A escolha de um caminho cooperativo é a certeza de que as coisas não serão do jeito nem de um indivíduo, nem de outro. Cooperar não é ter certeza de que tudo dará certo, mas, sim, de que as pessoas serão atravessadas por uma experiência de riscos e terceiros caminhos, na qual, certamente, precisarão se deparar com o inédito, o terceiro junto”, Fábio Brotto
Quando usar essas abordagens?
A Pedagogia da Cooperação e o Design Thinking podem ser utilizados em projetos de cultura organizacional com foco na colaboração, formação de comunidade, estruturação de squads ou team building ou focados na redução de turnover e na employee experience, por exemplo.
Se você quer saber mais sobre Pedagogia da Cooperação, aqui tem um pequeno guia que fala um pouco mais de cada uma das etapas e tem alguns exercícios práticos. Também tem texto, vídeo, projetos e livros bem legais que complementam e se conectam a essa leitura. A lista, eu deixo logo abaixo, mas vou ficando por aqui.
Um abraço \o/
Artigo
O ‘home office’ pode acabar com a inteligência coletiva?
Vídeo
Inteligência coletiva na prática
Projetos - Instagram
Instituto Amuta
Projeto cooperação
Livros
Pedagogia da cooperação
Colaboração
The art of community
Inteligência coletiva
Amor e Poder
Líderes servem por último
#Sextou na DTG: Antes de nos despedir, aqui vão as dicas do time
Thalita Barbalho: As dicas estão todas no artigo acima :)
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Dudu Loureiro: O que há de errado com exercícios de Dot Voting
No nosso programa 'Facilitação de Processos Criativos', trabalhamos vários modelos de tomada de decisão, dentre eles o famoso Dot Voting. Claro que é uma opção válida, mas o que percebemos, até pela facilidade e rapidez da sua aplicação, é que passou a ser uma técnica utilizada indiscriminadamente, sem a devida reflexão e cuidados. Temos várias críticas ao modelo, que coincidentemente foram expostas nesse ótimo artigo, junto com outras dicas valiosas.
Jordânia Costa: Eu li este artigo sobre a importância da Gestão da Inovação nas empresas no blog da Rock Content e é muito bom!
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Paulo Emediato: O que eu tô lendo? Casta - as origens do nosso mal estar, da Isabel Wilkerson. Geralmente posto informações genéricas sobre os livros, mas quero muito recomendar este. É sensacional! "
Neste best-seller internacional, a jornalista Isabel Wilkerson, vencedora do prêmio Pulitzer, compara os Estados Unidos, a Índia e a Alemanha nazista, revelando como nosso mundo foi moldado pela noção de casta — e como suas hierarquias rígidas e arbitrárias nos dividem ainda hoje. Escrito de modo criativo e original, Casta fornece pistas importantes para entender a crise da democracia nas sociedades ocidentais e o que está por trás dos protestos antirracistas que assumiram dimensões globais após o assassinato de George Floyd. Ninguém pode se dar ao luxo de ignorar a clareza moral de seus insights ou seu apelo urgente por um mundo mais livre e justo. Um dos livros de maior sucesso nos Estados Unidos em 2020, esta é uma obra fundamental para o debate antirracista no Brasil e no mundo." (release da editora)
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Ciso Lima: Talvez você esteja fazendo isso errado
Podcast | Ciência; Mitos e Verdades
É muito comum determinados estudos e teorias científicas alcançarem certa popularidade, entretanto igualmente comum é o uso descompromissado dessas teorias e métodos levarem a obra original há uma forma distorcida e equivocada. E é sobre isso as minhas dicas hoje:
Pirâmide de Maslow (tão comum entre palestrantes e coaches) e
Teste de Rorschach (presente em muitos processos seletivos), talvez você esteja usando isso errado...
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Raissa Fontes: Amor pelas coisas imperfeitas de Haemin Sunim - Livro de um monge coreano. Onde ele fala sobre autocuidado, família, empatia, relacionamentos, coragem e entre outros. E o livro é lindo, cheio de ilustrações, frases inspiradoras que trazem paz ao ler :) É o típico livro pra ler sem pressa, sem ordem, em um dia de domingo
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Rubens Aguiar: Mini doc-video-clip-performance de Thom Yorke, ANIMA, na Netflix. Dirigido por Paul Thomas Anderson, mescla música, efeitos visuais, dança, design em uma experiência bem interessante.
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Eduardo Rigotto: esse vídeo trás os principais aspectos da utilização de OKRs para criação e implantação de estratégias empresariais. De forma clara e simples o autor de Avalie o que é importante, John Doerr, fala dos principais aspectos da metodologia.