Vamos falar sobre saúde mental?
O tema do Setembro Amarelo precisa ser abordado todos os dias.
Tudo bem por aí?
Esta é a edição #14 da nossa Newsletter, dividida em 2 partes:
1 - A Raissa Alves, do time DTG, escreveu sobre o Setembro Amarelo
2 - #SextounaDTG: as dicas do nosso time sobre o que curtimos nas últimas 2 semanas :)
Boa leitura e bom fim de semana!
Por que falar de saúde mental?
Nem todos os posts sobre saúde mental me atraem, acredito que seja por causa da abordagem imediatista e reducionista sobre o tema. Quando vejo um post assim, bate uma certa tristeza, talvez porque sinta que a forma como muitos compartilham o assunto pode diminuir o interesse de quem realmente precisa.
Então cabe a pergunta: "o que é legal transmitir no setembro amarelo?" Para responder a essa pergunta decidi conversar com alguém que é especialista no assunto, minha psicóloga, Erin Vogel. Ela disse que este mês é uma oportunidade para falar mais sobre a saúde mental e prevenção ao suicídio, com o objetivo de desmistificar o que ainda é tabu e para que as informações verdadeiras, relacionadas a melhora na saúde mental, cheguem às pessoas.
Este mês também é um período quase natalino e as pessoas ficam mais solícitas para dar apoio a quem sofre de transtornos mentais, como depressão e ansiedade, porém é fundamental tomar alguns cuidados ao tratar do assunto.
Quer ajudar nesse período? Primeiro é preciso saber qual é a sua função e o que não esta sob a sua responsabilidade.
Como assim? Bom, a não ser que você seja devidamente qualificada(o), não deve se sentir responsável diretamente pelo tratamento de outras pessoas. O seu papel seria mais de acolher a quem precisa e incentivar na busca por ajuda.
Há várias formas de acolher quem sofre de transtornos mentais, como por exemplo, promover momentos de lazer, jogar, dançar, rir juntos, entre outros, essas coisas ajudam a melhorar a saúde mental por conta do bem estar momentâneo e da interação social. O segundo ponto é incentivar a pessoa a procurar ajuda qualificada. Uma ideia legal é propor procurarem juntos.
Beleza, já dá pra entender formas de apoiar quem está com distúrbio psíquico, mas como saber se eu ou alguém ao meu lado precisa de ajuda profissional? É importante ter a noção de que quase todo mundo sofre, em alguma medida, de questões psicológicas mais ou menos profundas. Porém, quando o sofrimento ultrapassa a capacidade de viver o dia a dia, prejudica a rotina, provoca isolamento, talvez seja importante buscar ajuda.
Ainda há mais duas coisas extremamente importantes que eu gostaria de passar aqui, primeiro é como falar sobre o assunto suicídio sem que incentive uma tentativa e por fim, vou deixar dicas de como procurar ajuda sem gastar uma fortuna.
Provavelmente você já ouviu falar que a série 13 Reasons Why incentivou tentativas de autoextermínio por mostrar cenas da protagonista tentando se matar. E também que o setembro amarelo é o período em que as pessoas mais tentam tirar suas vidas. Então vem aquele paradoxo, como falar mais sobre saúde mental para não virar um tabu e ao mesmo tempo, evitar que incentive uma atitude radical? A resposta é: foque no acolhimento, evitando a tal da positividade tóxica, afinal é tóxica, pois invalida a dor do outro. Cuidado para não impor o seu jeito ou a sua interpretação dos fatos em relação a quem sofre. Empatia sempre faz a diferença.
Apoie com sua amizade e incentive a busca por ajuda, desmistificando os preconceitos sobre terapia. Se for postar sobre o tema, redobre os cuidados com mitos e fake news. Um perfil do instagram que é bacana e bem didática se chama Eurekka, olha que massa esse post deles:
Agora vamos para as diquinhas de como ter atendimento gratuito ou quase:
O contato do Centro de Valorização da Vida (CVV) é para quem esta em uma emergência ou quem quer ajuda e não sabe por onde começar. O número de contato é o 188, o site é www.cvv.org.br o atendimento além de ser gratuito, esta disponível 24h!
Quer atendimento com um terapeuta e não tem muita condição? Vou te dar duas dicas legais:
Praticamente toda faculdade oferece atendimento psicológico a um preço mais em conta. Isso acontece porque os próprios alunos de psicologia precisam fazer estágio e praticam na própria instituição de ensino. Se você tiver interesse, aconselho colocar o seu nome na lista da faculdade mais próxima de você, pois tem lista de espera, mas o legal é que abrem vagas a cada novo semestre.
A segunda é que o nosso amado #vivaoSUS oferece atendimento no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), o site é https://bit.ly/2X0kMqu, onde oferecem atendimento a quem sofre de transtorno mental, incluindo quem tem necessidades decorrentes do uso de álcool e outras drogas. Se não tiver CAPS na sua cidade, procure a Atenção Básica (AB).
Obrigade por ter lido até aqui!
Seja solidária(o) com a saúde mental das pessoas, inclusive com a sua :)
#Sextou na DTG: Antes de nos despedir, aqui vão as dicas do time
Jordânia Costa: Inovações sociais e tecnológicas criam oportunidades para gerar valor a sociobiodiversidade.
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Paulo Emediato: Aproveitando o setembro amarelo, quero compartilhar o livro “O Diabo do Meio Dia: Uma anatomia da depressão”, do Andrew Solomon, que talvez seja o relato não acadêmico mais completo sobre saúde mental e a relação pessoal com a depressão. Fez muita diferença na minha vida ter lido. Ele também tem um TED interessante sobre depressão.
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Ciso Lima: Celeste | Jogo | Sobre: Autoconhecimento; Saúde Mental;
Não é a primeira vez que falo sobre Celeste mas não poderia deixar de incluí-lo como dica de conteúdo associado ao tema dessa edição. Celeste é uma experiência singular sobre a tão necessária jornada de autoconhecimento (quem nunca). Um desafiador jogo de plataforma que trata sobre tema difíceis como culpa, ansiedade e depressão. Primoroso ao integrar suas mecânicas a uma narrativa que deixaria C.G. Jung, o pai da psicologia analítica, orgulhoso.
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Raissa Fontes: Vídeo sobre dicas se você é uma pessoa que pensa de novo, a terceira é a que mais funciona pra mim, esta em 2:33 do vídeo:
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Rubens Aguiar: "Nós - Uma antologia de literatura indígena", organizada pelo artista gráfico e escritor Maurício Negro, é uma das melhores surpresas literárias que tive nos últimos tempos.
Uma reunião de histórias – que chamaríamos de contos – escritas por autores brasileiros de dez nações indígenas que falam sobre o amor, mitos de origem e temas universais. "Nós" deveria ser literatura obrigatória nas escolas, pois nos conecta à essência dos nossos povos originários, à nossa própria essência. Se somos apresentados a Camões e a outros escritores da tradição portuguesa, por que não conhecer também a obra de Tiago Hakiy, Aline Ngrenhtabare Kayapó, Jera Poty Mirim ou Edson Krenak, entre outros? "Nós" revela tantas afinidades que não poderia ter outro nome. Um livro lindo de ler e contemplar.
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Eduardo Rigotto: As 15 habilidades do futuro, segundo o Fórum Econômico Mundial, com a descrição da turma da Tera.
__________________Dudu Loureiro: Direto do time de design do Airbnb, um ótimo artigo sobre a importância dos designers generalistas.